sábado, 19 de setembro de 2015

NOSSAS EMISSÕES MENTAIS


05 set 2015



Dizem que uma pessoa tem mais de 60 mil pensamentos por dia. Essas milhares de emissões produzidas por nossa mente possuem durabilidades e consequências proporcionais à intensidade da força geradora e mantenedora, bem como a sintonia do espírito no bem ou no mal. Alimentarmos ou cessarmos estes pensamentos a todo o momento é nossa responsabilidade. Nossos pensamentos, nossos filhos.
Encontram-se no capítulo XIV da Gênese – fotografia do pensamento – informações valiosas:
O pensamento cria imagens fluídicas, e se reflete no envoltório perispiritual como num espelho; o pensamento toma corpo e aí se fotografa de alguma forma. Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar outro; embora seu corpo material esteja impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento, do qual reproduz todas as variações; executa fluidicamente o gesto, o ato que tem o desígnio de cumprir; o pensamento cria a imagem da vítima, e a cena inteira se pinta, como em um quadro, tal como está em seu espírito.
É assim que os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler em outra alma como num livro, e ver o que não é perceptível pelos olhos do corpo. Todavia, vendo a intenção, pode pressentir a realização do ato que se lhe seguirá, porém não pode determinar o momento em que ele se realizará, nem precisar seus detalhes, nem mesmo afirmar se ele virá a realizar-se, pois as circunstâncias ulteriores podem modificar os planos e mudar as disposições. Ela não pode ver aquilo que ainda não está no pensamento; o que ela vê, é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus.
Não podemos sucumbir ao erro de acreditar que os pensamentos não são formas atuantes. Há poder no pensar, por isso, a vigilância de pensamentos deve ser uma constante para os despertos em relação às consequências dos pensamentos. Embora o homem goze da liberdade de pensar, a liberdade que lhe é conferida não deve ser negligenciada, pois é regida pela lei da ação e reação, bem colocada por Miramez quando comenta na questão 834 do livro dos espíritos que os nossos pensamentos “são como que sementes, e a mente alheia é a Terra onde semeamos. Todo semear de ideias tem colheita, e a lei de justiça nos faz colher o que semeamos”.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo – fonte cuja nascente se encontra na bíblia – capítulo VIII, encontra-se a afirmativa que: “A verdadeira pureza não está somente nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal…”. Um convite à reflexão íntima sobre os sentimentos que estão reinando em nossos corações, como condiz Ayrtes:

Os teus pensamentos são forças cativas ao teu dispor; entretanto, se não usares bem essa energia, ficarás escravo dela, porque nunca influenciamos sem sermos influenciados, jamais escravizamos sem sermos escravizados. Esta é uma lei divina e universal; nossos pensamentos compõem um segredo que ainda permanecerá muito tempo envolvido no véu de Ísis, guardado nas dobras do tempo imensurável; mas podemos dizer que eles são irradiações assimiladas por nós, do pensamento de Deus.


O pensamento cria. “É por isso que a missão dos operários do pensamento é, ao mesmo tempo, grande, perigosa e sagrada”, ensina Léon Denis na obra O problema do ser e do destino, no item “as potências da alma”. O autor orienta também que: “Cedo ou tarde, todo produto do espírito retorna a seu autor com suas consequências”. Somos o que pensamos; em verdade, afirmam. Ainda sobre as consequências, Leon Dénis, no item A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter afirma que:
Ele não só atua em torno de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua, principalmente, em nós. Gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, a cada dia, o edifício, grandioso ou miserável, de nossa vida, presente e futura. Modelamos nossa alma e seu invólucro com nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil de que se compõe o corpo fluídico. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de formas, frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se enobrece, reveste-se de beleza ou de uma atmosfera de feiura.
Pensamentos formas são uma realidade. E formas emblemáticas, para Miramez, “que transmitimos em muitas dimensões para as mentes da mesma sintonia, e os sentimentos que plasmamos neles são partes de nós, que ficam nos outros, sob a nossa responsabilidade”.  O que estamos gerando para nós e emitindo para o próximo através dos pensamentos?
O bem ou o mal começa na mente. Cabe a cada um analisar as formas que saem de suas mentes e se as mesmas estão servindo de adubo para nutrir o amor ou o ódio em todas as dimensões. Com o conhecimento que temos em mãos, devemos introjetar em nossas mentes a necessidade do bem pensar. A reeducação dos nossos impulsos mentais irá refletir em toda a extensão da criação divina.
Oração e vigilância constantes nas projeções sustentadoras da vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  • Kardec, Allan. A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. São Paulo. IDE, 2008.
  • Ayrtes [Espírito]. Tua Casa. [psicografado por] João Nunes Maia. Belo Horizonte. Fonte Viva, 1985.
  • Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino: (os testemunhos, os fatos, as leis): estudos experimentais sobre os aspectos ignorados do ser humano; as personalidades duplas; a consciência profunda; a renovação da memória; as vidas anteriores e sucessivas, etc. Rio de Janeiro. CELD, 2011.
  • Miramez [Espírito]. Horizontes da Mente. [psicografado por] João Nunez Maia. Belo Horizonte, 1994.
  • http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/ Acesso em: 03/09/2015.

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