sábado, 19 de julho de 2014

DOCUMENTÁRIO - A MAIOR MENTIRA DA HUMANIDADE

Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?



Primeiro dia de aula, o professor de 'Introdução ao Direito' entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Qual é o seu nome?
- Chamo-me Nelson, Senhor.
- Saia de minha aula e não volte nunca mais! - gritou o desagradável professor.
Nelson estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estavam assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! - vamos começar .
- Para que servem as leis? Perguntou o professor - Seguiam assustados ainda os alunos, porém pouco a pouco começaram a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
- Não!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso, para que haja justiça.
E agora, para que serve a justiça?
Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Porém, seguíamos respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor .
- Para diferenciar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal porém respondam a esta pergunta:
"Agi corretamente ao expulsar Nelson da sala de aula?"
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não! - responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!

Vá buscar o Nelson - Disse. Afinal, ele é o professor, eu sou aluno de outro período.

Aprenda: Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.
 
— com Antonio Fraga, Maria Rosa Pereira Costa e Thiago Edson Silva Rocha.

O PODER DA ENERGIA SEXUAL (KUNDALINI) - O Portão Secreto para o Éden (do...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O carro deixou de ser um símbolo de status e liberdade para o jovem de hoje



Logo Portogente

Ser rico e ter carrão é muito ‘anos 90’

Escrito por 
Natália Garcia é jornalista especializada em planejamento urbano e criadora do projeto Cidades para Pessoas

Outro dia, tomando café da manhã na padaria, encontrei um antigo colega de redação. Ele contou que estava envolvido em uma pesquisa sobre novas formas de se relacionar com a cidade. "E qual será o resultado dessa pesquisa?”, perguntei a ele, animada. "Uma campanha publicitária de carros, mas com foco nos jovens”, ele me respondeu.
Claro, fiquei desapontada. Vender mais carros é alimentar um modelo falido de mobilidade urbana que já saturou as vias da cidade. Mas, depois de refletir, concluí que o tal "público jovem” que seria atingido pela campanha JÁ SABE que as cidades estão saturadas de carros. E as empresas montadoras perceberam isso. A GM americana, por exemplo, encomendou uma pesquisa à MTV Scratch (órgão da emissora que realiza pesquisas e indicadores sobre o público jovem) para tentar entender como vender carros à geração nascida nas décadas de 80 e 90. A pesquisa, citada no excelente site The City Fix Brasil, perguntou aos jovens quais eram suas 31 marcas favoritas – e as de carros passaram longe das 10 primeiras.

No Brasil, a agência Box 1824 realizou uma pesquisa chamada O Sonho Brasileiro, em que tentou mapear o perfil dos jovens formadores de opinião da geração atual e seus anseios para o futuro. O padrão dos sonhos dos mais de mil entrevistados pelo país se divide assim:
55% querem formação profissional e emprego (sendo que 24% desejam especificamente exercer a profissão dos seus sonhos)
15% querem uma casa própria
9% querem dinheiro
6% querem constituir uma família
3% sonham com bens de consumo específicos, como carro, moto ou eletrodomésticos

Curioso, não? O carro, que representava o sonho da liberdade para a geração anterior só está nos anseios de 3% dos jovens atuais. A pesquisa mergulhou na história para tentar entender como chegamos ao padrão atual.

A evolução do jovem
De acordo com essa mesma pesquisa, o perfil dos jovens e de suas aspirações foi evoluindo ao longo da história no brasil. Nas décadas de 50 e 60, os jovens buscavam liberdade de escolha e de expressão e, para isso, precisaram confrontar padrões sociais tradicionais e revolucionar costumes. A partir de sua conduta individual, e influenciados por movimentos de contracultura, enfrentaram os moralismos da sociedade. Esse período é marcado por sonhos idealizados.


Em seguida, a década de 70foi a fase das utopias, dos mártires e das revoluções armadas. Em um Brasil sob ditadura militar, as gerações jovens foram muito influenciadas pela ideologia das revoluções socialistas e pelas lutas armadas contra as demais ditaduras latino-americanas. Os jovens eram movidos por um forte idealismo, com posturas ideológicas fechadas e acreditavam no confronto direto – o que os levou a aderir à luta armada e fez com que fossem, em muitos casos, reprimidos e torturados. O que movia cada jovem era o sacrifício pessoal pelo coletivo, era o sonho de um mundo radicalmente melhor após a revolução.

Quando, então, a ditadura começou a se amainar em direção à redemocratização, os movimentos estudantis foram perdendo sua força. Em paralelo, o país passou por diversas crises econômicas – batendo recordes históricos de inflação – até atingir maior estabilidade financeira com o plano real, em 1994. Os jovens das décadas de 80e 90 bebem em uma nova influência: a ideologia norte-americana ‘Yuppie’ – individualista, imediatista e competitiva. Esses jovens passam a sonhar com o êxito profissional, o poder de consumo, sucesso e enriquecimento rápido. Deixam de se dividir a partir de ideias político-partidárias ou revolucionárias e passam a integrar inúmeros novos grupos urbanos.

E aí chegamos aos jovens dos anos 2000 e 2010. Em um Brasil muito mais estável economicamente, com o sétimo maior PIB do mundo, os jovens de hoje se deparam com mais ferramentas de ação à sua disposição – e muitos deles partem efetivamente para a ação, sem esperar que mais ninguém faça isso por eles. É uma geração que já nasce conectada ao mundo a partir das redes sociais e que se contrapõe ao individualismo dos pais. É gente que entende o risco de escassez dos recursos naturais do planeta e se apropria de discursos mais conscientes, responsáveis e sustentáveis.

O jovem de hoje
Para a geração atual, o Brasil não é o país do futuro, mas do presente. A pesquisa aponta que 89% dos entrevistados têm orgulho de ser brasileiro e 76% acreditam que o país está mudando para melhor. O jovens atuais se colocam como agentes diretos de microrevoluções. Em vez do individualismo e da busca pelo sucesso ou enriquecimento, é muito mais comum o pensamento que diz "meu bem estar depende do bem estar do outro”. A grande maioria, como mostram os dados citados acima, se preocupa em ter um bom emprego e uma boa formação. E 90% de todos os entrevistados disseram ter interesse em trabalhos que promovam o bem-estar social dos outros.


É nessa atual geração, segundo a pesquisa, que se percebeu um novo personagem: o jovem-ponte. O indivíduo que se relaciona com diversos grupos de influência e atua diretamente para modificar e melhorar a realidade ao seu redor.

Nesse atual panorama, a posse em si dos carros não é vista necessariamente como um problema pelos jovens de hoje. Mas deixou de ser almejada como sinônimo de liberdade – convenhamos: nada MENOS livre do que ficar preso em um congestionamento por algumas horas. Basear a mobilidade urbana de uma cidade no transporte particular feito em carros é insistir na ultrapassada lógica individualista da competição, uma ideia velha que, apesar de ainda nortear as políticas públicas atuais, está fadada à decadência.